segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Haunted

Linhas cruzadas, com sentidos opostos, sedimentadas por camadas irreflectidas, do que fomos, do que somos, e do que seremos.
Como um vento gritante, que ecoa pelas ruas devastadas de memorias.
Irrevogáveis pedaços de alegria, são disseminados por uma terra seca e infértil, onde o mais pueril ser é massacrado.
Enclausurado numa prisão de paredes invisíveis, o passado imerge, através de pesadelos, exibindo o seu conteúdo lúgubre.
As chamas do presente, queimam com vivacidade, as pequenas imagens absorvidas, a cada segundo, como se elas não fossem de mais um gesto banal, do cansativo quotidiano.
Aquilo que fora uma pagina de emoções, agora não passava de cinzas, que se espalhavam, devido brisa gélida.
No fim só a onda vacilante sobrava, forte e eficaz, esperançosa ou ingénua, que embatia contra a areia e desaparecia, transformando-se em espuma insolúvel.
Aquela onda, não era mais do que o amanha, forte, eficaz e terrivelmente futurista.

domingo, 9 de agosto de 2009

Theatre

É a sensação de naufragar entre as palavras,
De querer lembrar de artefactos irreais,
Um sonho desmembrado, negado e mutilado,
Por questões definidas como brutais,
Não é somente decorar, nem fingir, é entrar numa outra dimensão,
Onde o falso é verdadeiro, e o utópico ganha vida, onde são testadas a resistência e a paixão
È uma indescritível emoção, em que o valor se insere numa única palavra, ilusão.
São ilusionistas de vidas platónicas, ou reais, fazem delas sátiras fatais.
Atrás do pano vermelho, a espera emotiva, a alma pensativa, a esperança aditiva.
Sentados avaliam, ou cronometram, rirem ou abafam os pequenos bocejares, encantados ou sem expectativa, aguardam ate ao afinal, um fechar triunfal, faz esquecer a cansativa arrogância, e da se uma entrega aos aplausos.


"Façam o favor de serem felizes" Raul Solnado

sábado, 1 de agosto de 2009

Future

Por vezes penso tua imensidão, no que será de ti, no que te moveu, move e moverá.
Penso em ti como marcas de um incêndio destruidor, ou um progenitor, que me dá a vida, e a vontade necessária para seguir.
Não passava de um projecto exasperado, inebriado, pelas correntes mórbidas da vida.
A sua consciência ciosa inculcava método, rigor, e um grande desprendimento emocional.
Esperava que fosse um frio gélido, que a fazia perder a sua cor inicial, mas, o confronto com as cenas hediondas, mostraram a sua verdadeira origem.
Neste momento, penso novamente em ti, como um desafio, como a incógnita, ou só como um novo amanhecer, desregrado mas sensato, fulgurante de uma nova emoção, de uma nova iniciativa.
O vento seguiu por outra direcção, mostrando que o divagar da mente, já estava inserido na tua existência, e que o teu mistério, formou um vago sorriso, não de esperança, nem de sonhos, mas do simples facto de cada dia, desafiares a minha ignóbil existência.