terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Stereo Love

Um pensar subtraido pela vida, vida essa nao pensante, mas cativada deixando a opressao, a amargura, a distracçao, o irreal.
A dor tambem essa era real, predominante, como que um sentido invertido, negligente, e insensato.
Por esses detras desses olhos negros nao existe nada mais que um buraco ao infinito, um buraco negro e gelido, contaminado com a aversao do mundo, as lugubres lembranças, as intrigas que só os fantasmas que encarnam todas aquelas lagrimas compreendem.
O caminho esse é seguido, sem ordem, descordenado, invertebrado, mas com uma estrutura, um lema, que só o viver, o pode ditar.
Aquela falta ressequida, de um substrato por vezes é consumada pela tristeza, mas outras vezes fica estagnada, a procura de um atrito, uma inercia, ou somente algo que cubra as lacunas provocadas.
Quem sou eu na verdade, que se nao o nada de ontem, o nada de hoje, e o nada de amanha, a procura pode parecer incessante, instigada pela força que cresce e decresce sem pre-aviso, mas a conclusao ainda que por escrever é um sonho que mais do que imaginado, é vivido, por quem ou o que?, só o tempo o dirá.
Um beijo contundente que ainda ressoa nos meus ouvidos, e faz com que o coraçao bata desenfreadamente, esse foi o sonho, que alguem sonhou, e deixou que a neblina o espalha-se, facilmente, o estrangulador buraco negro lhe sugou a alma, e a dura realidade estalou novamente por cima dos meus ombros.

domingo, 6 de setembro de 2009

Quest

Tempo é uma bomba imparável, engrenada no s mistérios da vida, onde crescemos com desilusões e sonhamos com ilusões.
Esperamos pelo que nunca vem, e corremos atrás do que já temos, colorimos a vida mesmo sabendo que um dia essa cor desaparecerá, e tentamos apagar a morte mesmo sabendo que aparecerá.
Cercamo-nos de reflexões intemporais saturadas do que foi, e nunca mais será.
Imaginamos como mudar uma situação irreversível, e quando tudo o que acreditávamos não era mais de uma miragem, somos invadidos pela lúgubre dor.
Gélidas paredes são esculpidas a minha volta, como se fosse um labirinto, ao tocar lhes posso sentir como são ásperas e como ficam deformadas perante os meus olhos, agora enxutos.
O brilho da lua torna-se voraz e persegue a delicada escuridão que predominava nas noites anteriores, nesse instante tudo parecia iluminado, mas algures num ignóbil labirinto, permanecia consumido pela sôfrega escuridão, e quando tudo não passava de uma incessante e devastadora duvida do ser, os pesadelos insistiam em gritar com vivacidade.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Haunted

Linhas cruzadas, com sentidos opostos, sedimentadas por camadas irreflectidas, do que fomos, do que somos, e do que seremos.
Como um vento gritante, que ecoa pelas ruas devastadas de memorias.
Irrevogáveis pedaços de alegria, são disseminados por uma terra seca e infértil, onde o mais pueril ser é massacrado.
Enclausurado numa prisão de paredes invisíveis, o passado imerge, através de pesadelos, exibindo o seu conteúdo lúgubre.
As chamas do presente, queimam com vivacidade, as pequenas imagens absorvidas, a cada segundo, como se elas não fossem de mais um gesto banal, do cansativo quotidiano.
Aquilo que fora uma pagina de emoções, agora não passava de cinzas, que se espalhavam, devido brisa gélida.
No fim só a onda vacilante sobrava, forte e eficaz, esperançosa ou ingénua, que embatia contra a areia e desaparecia, transformando-se em espuma insolúvel.
Aquela onda, não era mais do que o amanha, forte, eficaz e terrivelmente futurista.

domingo, 9 de agosto de 2009

Theatre

É a sensação de naufragar entre as palavras,
De querer lembrar de artefactos irreais,
Um sonho desmembrado, negado e mutilado,
Por questões definidas como brutais,
Não é somente decorar, nem fingir, é entrar numa outra dimensão,
Onde o falso é verdadeiro, e o utópico ganha vida, onde são testadas a resistência e a paixão
È uma indescritível emoção, em que o valor se insere numa única palavra, ilusão.
São ilusionistas de vidas platónicas, ou reais, fazem delas sátiras fatais.
Atrás do pano vermelho, a espera emotiva, a alma pensativa, a esperança aditiva.
Sentados avaliam, ou cronometram, rirem ou abafam os pequenos bocejares, encantados ou sem expectativa, aguardam ate ao afinal, um fechar triunfal, faz esquecer a cansativa arrogância, e da se uma entrega aos aplausos.


"Façam o favor de serem felizes" Raul Solnado

sábado, 1 de agosto de 2009

Future

Por vezes penso tua imensidão, no que será de ti, no que te moveu, move e moverá.
Penso em ti como marcas de um incêndio destruidor, ou um progenitor, que me dá a vida, e a vontade necessária para seguir.
Não passava de um projecto exasperado, inebriado, pelas correntes mórbidas da vida.
A sua consciência ciosa inculcava método, rigor, e um grande desprendimento emocional.
Esperava que fosse um frio gélido, que a fazia perder a sua cor inicial, mas, o confronto com as cenas hediondas, mostraram a sua verdadeira origem.
Neste momento, penso novamente em ti, como um desafio, como a incógnita, ou só como um novo amanhecer, desregrado mas sensato, fulgurante de uma nova emoção, de uma nova iniciativa.
O vento seguiu por outra direcção, mostrando que o divagar da mente, já estava inserido na tua existência, e que o teu mistério, formou um vago sorriso, não de esperança, nem de sonhos, mas do simples facto de cada dia, desafiares a minha ignóbil existência.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Once Upon a Time

O mal ficou instavel quando se deparou com o castelo protegido pela fantasia, nesse castelo nao havia mal, os pesadelos tinham uma conotaçao fraca.
Estavam enfraquecidos pelos personagens utopicos, pelos risos de criança desprovidos de maldade, pela eufonia harmoniosa, pelas brincadeiras que iluminavam a escuridao que os pesadelos mantinham presente.
Numa hora nao era de mais de uma Grande Caçada, na hora seguinte eram as peripecias de toda uma arvore genealogica, em que geraçoes denotavam uma grande comicidade.
Nesses momentos, nenhuma dor irrompeu, nenhuma lagrima se formou, nada mais do que uma ligeira instabilidade, isso significava que nao havia nada de anormal.
A distancia precaria entre a realidade e a fantasia proporcionava, a construçao de uma barreira interior, sem brechas, o metal cinzento estava a tornar-se demasiado rijo para poder ser destruido.
A batalha iria finalizar, o mundo real incutia ferimentos, que a utopia sarava, por vezes nao deixando nem uma cicatriz.

sábado, 25 de julho de 2009

Memories

Lembranças, será a vida só feita dessa matéria intocável?
Lembranças que acomodam a infância, e a vida, as quedas, os enlaces, os sorrisos e as lágrimas.
Nada fora correcto, nada fora completamente errado, então o que na realidade aconteceu?
O vento levou todas as palavras, todos os sons, todos os gestos, o que restou? Nada para alem de lembranças.
A ironia ensandecida, esta sempre presente, chamaram-lhe destino.
Seria o destino tão sagaz, e indiferente, quebrando correntes e laços eternos?
Mais uma vez, o sentido está ofuscado, pelas paredes escuras do mistério, com um telhado negro e frágil, que poderá desmoronar, as janelas tem um vidro demasiado fosco para poder distinguir formas, e a porta encontra-se demasiado enferrujada para poder ser aberta, no fim, não passa de mais um questão infundamentada, encoberta pelo típico desinteresse, pois lembranças, nunca passaram de memorias recolhidas ao longo de uma idílica existência.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Broken Strings

As palavras são falsas, tal como o vidro que tenta se confundir com o cristal, mas acaba por se estilhaçar,
A realidade contundente que impele para reviver o pesadelo,
O verdadeiro significado das coisas, é escondido algures, não, ninguém jamais procurara,
A loucura é companheira da aventura, mas qual o companheiro da amizade, que é escrupulosamente hipócrita?
O jogo é simples, as regras difíceis, irrefutáveis, destituídas de piedade,
O justo torna-se ganancioso, e o único objectivo é chegar ao fim do jogo, não interessa como.
Se a verdade se torna difícil, porque será tao importante atingi-la?

Breaking Free

O silencio dos teus passos segue sem parar, segue por ruas e vilas, cidades e países, segue por corações e lembranças.
Amigo é uma palavra desagregada de sentimentos, pelo menos em relação ao pulsar da minha emoção, é um desacordo, é uma inversão de sentido, são fragmentos soltos sem possibilidade de se encaixar.
E tu és um desafio para o mundo, desafias a dinâmica, e as correntes de ar, o deixar de ser, e o tornar-se, é uma reviravolta, com um único instinto.
Algo feito para testar, fazer acreditar, ou até mesmo abalar, soerguer protecções eram meras desculpas, para não sentir, para tentar apagar ou somente para tentar facilitar.
Linhas cruzadas, ou reviradas, qual a sua importância, os passos seguem sem parar, se não conseguir alcança-los, não é um lamento, é um instante incompreendido.
Não se trata de um corrida no asfalto, mas de um voo ao desejo.
È uma direcção que não vicia, apenas faz seguir o sentimento .

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Borrow

Um conjunto de palavras ilógicas, definidas por emoções, procuradas num abismo profundo, pérfido e doloroso.
No céu são inscritas palavras sangrentas, impingidas por sentimentos hediondos, coloridas de dor e sofrimento.
A vida a superfície parece tão dolorosa, e louca, desprovida de magia.
Um recôndito escondido do mundo, guarda a esperança, e destrói o medo.
Os pesadelos destroem noites, e massacram mentes, de forma tão sádica, mas tão banal.
A vida é metaforizada como areia, escorregando entre as mãos frágeis de uma criança inocente.
O inconsciente transforma-se numa bolha protectora.
Os fragmentos de uma vida destroçada, são transparecidos através de marcas negras.

*È um pequeno texto para divagar, que nao se insere na historia.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

O luar Assombrado [continuaçao]

(continuaçao do capitulo -Novos moradores-)

-Tu não queres viver sozinha !, tu tens é inveja por viver com pessoas vivas, porque tu não vives, tu assombras, apenas isso!
-Exactamente eu assombro e vou tirar te daqui o mais rápido possível, já estou farta de ti!
Joanna esboçou um sorriso –Pelos vistos a fantasma de nariz empinado é sensível!
-Quando estiveres na rua vais ver quem é sensível.
Depois de dizer isto a fantasma desaparece para voltar a reaparecer no sótão e remodelar o seu plano.
Plano numero dois: Fingir-se de amiga da miudinha insuportável, convida-la para ir ao sótão e atira-la da escada a baixo, e á noite tremeluzir as luzes e fazer sons sinistros.

Terceiro Capitulo
Ela é Minha


O sol tinha se posto a escassos segundos quando a fantasma resolveu por o seu plano em pratica.
-Joanna, minha adorável Joanna.
Surpreendida Joanna fita a fantasma, com um brilho difuso no olhar, gélido.
-Ah és tu sua fantasma de nariz empinado com mania que é perfeita.
Vais ver o que é que é a fantasma com mania que é perfeita vai fazer –Sim, eu reconheço que cometo alguns erros –mas desta vez podes ter a certeza que vais ver o sol nascer através das janelas de um hospital –eu queria redimir-me fui pouco cortes, e queria pedir te desculpa e recompensar te levando te ao meu sitio secreto.
-Que estanho –fez um trejeito com a boca –estas a ser demasiado simpática, quando te apresentaste sendo uma pessoa deplorável, mas estou disposta a desculpar te, pela tua má educação, mas primeiro quero saber o teu nome!
-O meu nome?! –para que é que a miudinha irritante quererá o meu nome –mas para que?
Joanna suspirou e disse –se vamos ser amigas não vou continuar te a chamar fantasma de nariz empinado!

-Oh pois, bem, chamo me Maria Luísa da Silva
-Bonito nome! –Joanna parecia fascinada.
-Eu sei que é bonito, é meu!
-Bem bem me parecia que a tua arrogância não ia ficar retida durante muito tempo, mas pelo menos agora somos amigas!
Amigas, essa palavra suava na sua cabeça como um novo começo, á cem anos enclausurada em Londres e era a primeira vez após ter morrido que tinha uma amiga, pelo pouco tempo que fosse, porque essa palavra gentil não ia mudar o seu plano, aquela casa era mais importante que uma mera amiga.
-Sim, claro amigas, agora vou te mostrar o melhor sitio da casa, a seguir ao meu quarto, o meu sitio secreto, o sótão!


sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O luar assombrado

Primeiro capitulo
Eu e eu

Algures em Londres existe uma casa habitada por uma fantasma, completamente diferente de todos os fantasmas até agora existentes…
-Viver neste mundo á cem anos atrás é sem duvida uma grande aventura, que eu posso relatar aos mínimos pormenores, e porque?, porque sou uma fantasma erudita!
Londres, actualmente a cidade das luzes antigamente não passava de cidade do crime, e quem presenciou os mais temíveis e sangrentos crimes?, claro que só poderia ser eu!
Porque sou aventureira e corajosa, enfim, mas os tempos mudaram e agora eu estou fechada nesta casa com cheiro a mofo, e cheia de teias de aranha.
Na semana passada veio cá uma família, e uma mulher horrorosa que os incentivava a virem viver para cá, é do tipo os peixeiros a vender o peixe, “o meu peixe é melhor que o dele”, mas esqueceu se de mencionar o grande detalhe que faz com que as pessoas que ocuparam esta casa antigamente, não ficassem cá durante muito tempo, eu!
Odeio humanos, eu quando era humana, era uma pessoa sensacional, todos me adoravam, e quando morri tornei me uma fantasma perfeita, porque se quando era humana para ser prefeita precisava de mais liberdade, agora tenho liberdade completa, logo sou perfeita!, já os humanos, bem, são tão enfadonhos, mas existe uma palavra que os caracteriza melhor, hum, talvez idiotas, ou seria melhor egoístas, não, parece me que hipócritas é perfeito!
O pior nessa historia toda é que aquela família adorou a minha casa e vai se mudar para cá, e pelas minhas contas eles chegam amanha, mas eu em dois dias meto-os daqui para fora.
Afinal quem pode, pode!
Hoje vou tirar o dia para um bom descanso, estava mesmo a pensar ouvir musica na minha telefonia do sótão, lá existem coisas maravilhosas, todas minhas, claro.

Segundo Capitulo
Novos moradores

-A musica de ano para ano piora em termos de qualidade não haja duvida, a melhor altura foi daquela cantora, Cindy Lupper, ó sim, grande cantora!
De repente o som da porta da entrada a abrir se, conjuntamente com as vozes humanas chama lhe a atenção.
Ela sai do sótão e vai ao encontro das vozes, e é então que se depara com a família que tinha visitado a casa na semana anterior, foi então que os planos de como tirar aquela família da casa começaram lhe a surgir na cabeça.
Plano numero um: Fazer as luzes tremeluzirem, e fazer barulhos sinistros durante a noite.
-Como eles só ligam as luzes quando escurece lá fora, e o sol ainda esta no alto, vou certificar me que o meu quarto não é ocupado por ninguém.
Quando chega ao quarto para seu total azar, já estava ocupado, e alguém já havia espalhado, incensos e velas por toda a parte.
-Eu não acredito! O meu quarto foi invadido por uma bruxa!
-Quem está ai? – uma voz soou por detrás da porta do guarda vestidos .
-Não me faltava mais nada, para alem de bruxa, consegue ouvir me!
-Quem está ai? – nesse instante que repetia a pergunta a jovem saiu detrás da porta do guarda vestidos, que a escondia, e a fantasma pode vislumbrar uma rapariga que devia ter os seus dezassete ano, mas demonstrava a graciosidade de um cisne que desliza na agua, os olhos exibiam uma tonalidade negra, que mostrava uma faceta selvagem como uma leoa, as feições eram puras e perfeitas como uma boneca de porcelana.
-Quem és tu – pergunta o bela jovem
-Oh não, isto era mesmo o que me faltava, ela consegue ver-me!
-È claro que te consigo ver, porque não haveria de conseguir? – a sua voz era melódica e cristalina adornada pela pureza .
-Porque eu sou um fantasma, um espírito, um espectro ou o que quiseres me chamar, mas prefiro fantasma é um termo mais carismático.
Nesse instante, todas as feições da rapariga mudaram, um sorriso radiante iluminava-lhe o rosto.
-Tu queres ajudar para ir para a luz?, como se costuma dizer nos filmes..
-Eu não acredito que ouvi isto!, não me faltava mais nada a não ser uma miudinha esquizitoide com mania que é a madre Teresa de Calcutá!
-Miudinha?! – a cara perdera o brilho anterior para se tornar em perplexidade – tu não deves ser muito mãos velha do que eu!
-oh claro que não só cento e dezoito anos – a voz da fantasma transparecia sarcasmo.
A rapariga ficara boquiaberta, era sem duvida incrível.
-Que fantástico! – a sua face voltara ao brilho anterior
-Oh bolas! Que sorte madrasta a minha, de qualquer maneira quero tu e a tua família daqui para fora.
-Porque? – apesar de ferocidade do olhar, a sua aparecia era frágil.
-Porque a casa é minha!
-Mas… tu estas aqui sozinha á cento e dezoito anos, deve ser horrível, estar só durante tanto tempo.
Com uma expressão altruísta a fantasma diz – Ninguém é suficiente bom para merecer a minha presença e para alem de mais eu só estou cá á cem anos!
-Toda a gente precisa de alguém! – contestou a rapariga com os olhos tremeluzindo
-Mas eu sou a mais bela das criaturas, sou um fantasma, sua miudinha insuportável!
-Joanna
-O que?
-Chamo me Joanna, por isso não me voltas a chamar miudinha!
-Seja como for, vocês vão sair desta casa a bem ou a mal!
-Ok! Agora começas a chatear me sua fantasmazeca com nariz empinado – os seus olhos selváticos tornaram se mais escuros demonstrando a impaciência que se formava dentro de si – porque é que não podemos ser amigas?
-Oh por favor miudinha insuportável qual é a parte de eu querer viver sozinha que tu não percebes?